Por e-mail, criminosos usam informações reais de processos para enganar pessoas que movem ações judiciais
Criminosos estão utilizando o nome de advogados de Americana para solicitar transferências bancárias referentes a processos judiciais. O alerta partiu do advogado Raphael Pires do Amaral, após uma cliente ter sido procurada supostamente por ele, via e-mail, pedindo o depósito de R$ 637 para pagamento das custas de um processo contra uma empresa de viagens aéreas. A cliente, no entanto, desconfiou e fez contato com o defensor, que negou ter enviado a mensagem.
O golpe funciona da seguinte maneira: o estelionatário toma conhecimento, por algum meio, da existência do processo judicial. Na sequência, liga ou encaminha um e-mail ao autor da ação solicitando o pagamento de alguma despesa processual.
O criminoso informa os dados do processo, o tipo da despesa, o valor e os dados bancários para transferência da quantia. E assinam o e-mail com o nome dos advogados da ação e o respectivo endereço do escritório.
“Certamente esses golpistas conhecem o funcionamento das plataformas digitais do Poder Judiciário, indicando, inclusive, a possível participação ativa de alguns membros da classe jurídica (servidores, advogados, estagiários etc.) nos eventos”, afirma Raphael, que levou o caso à Polícia Civil, por meio do registro de um boletim de ocorrência.
Delegado assistente na Seccional de Americana e responsável pelo 1º Distrito Policial no município, Claudiney Albino Xavier diz que a aplicação de golpes no País inteiro teve um incremento enorme nos últimos anos, na medida em que serviços e produtos financeiros se tornaram mais acessíveis e o uso de smartphones e computadores se tornou comum para realização de transações financeiras.
“A principal forma de atuação dos criminosos é a manipulação das vítimas, modalidade conhecida como engenharia social. Nesses tipos de golpe, a vítima é enganada e entrega espontaneamente dinheiro para os criminosos, ou então fornece para eles a senha de acesso as suas contas bancárias, que resulta invariavelmente na retirada de valores”, explica.
De acordo com o delegado, o golpe relatado pelo advogado já rendeu registro de ocorrência no passado, mas a incidência é menor se comparada com outras modalidades de estelionato.
Presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Americana, Melford Vaughn Neto orienta as pessoas, quando procuradas para envio de dinheiro, a solicitarem o envio de documentos, guias de recolhimento e esclarecimentos por WhatsApp ou e-mail para que possa ser enviado ao seu verdadeiro advogado e ter dele a confirmação sobre a procedência ou não.
Segundo o presidente, a OAB publicará nas redes sociais e no site da instituição um alerta sobre esse tipo de golpe.
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